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A view of Earth from 36,000 nautical miles away as photographed from the Apollo 10 spacecraft during its trans-lunar journey toward the Moon

31 de outubro de 2011 é considerado pela Organização das Nações Unidas o Dia dos Sete Bilhões, pois uma garota nascida em Manilla, nas Filipinas, neste dia representaria simbolicamente a 7ª bilionésima pessoa do planeta. Antes disso, em 1804 a população atingia seu primeiro bilhão, ao aumento exponencial demográfico começando na Europa. Demoraram-se 127 anos para a população sair de 1 bilhão para 2 bilhões, mas apenas 12 anos para ir de 6 para 7 bilhões. As causas apontadas para esta explosão demográfica estão entre a diminuição da mortalidade infantil e da mortalidade como um todo, ao mesmo tempo em que se mantinham estáveis os números de natalidade. As pessoas passaram a viver mais tempo, graças à difusão de noções de saneamento e higiene e de invenções como a penicilina e a promoção de campanhas de vacinação em massa que ajudaram a população a livrar-se de doenças como poliomielite e outras infecções. Não só isso, a partir de 1960 a 1970 uma, assim chamada, Revolução Verde se deu início, com pesquisas na produção em massa de alimentos, que acabaram por beneficiar muitos países do terceiro mundo e em desenvolvimento. Essa grande mudança no paradigma da produção de alimentos começou em 1944 no México quando, com o apoio financeiro da Fundação Rockfeller, cientistas e bioquímicos começaram a se debruçar mais profundamente com as questões da produção de alimentos, criando uma nova leva de técnicas, produtos e máquinas que aumentavam a produtividade agrícola. Foi aí onde se iniciou o uso amplo de pesticidas e agrotóxicos, assim como a introdução de novos tipos de plantas alteradas geneticamente nos anos 90: os alimentos transgênicos, mais resistente a fatores externos como pragas ou fortes ventos.

Hoje, 50 anos depois da primeira onda da Revolução Verde, criou-se uma hegemonia nacional e talvez mundial, de poderosos donos de terra com acesso privilegiado à elite política que lhes garante perdão de dívidas milionárias em troca de dinheiro para campanhas — tudo contra uma grande maioria de pequenos produtores rurais. Também, deu-se origem a discussões cada vez mais urgentes a respeito do acesso à terra, do valor do alimento não modificado e da grande cultura capitalista dos commodities internacionais contra a agricultura familiar de produtos diversos, assim como da preservação ambiental e da sustentabilidade a médio e longo prazo do modelo de negócios da agricultura extensiva. Esta discussão não se resume apenas ao meio acadêmico, mas permeia a própria cultura brasileira, com a veiculação, por exemplo, de uma campanha chamada “O Agro é Pop” em defesa da agricultura, na rede Globo de televisão, e promove o mito da agricultura extensiva. A globalização e a ideologia quer que se acredite no mercado de commodities mais do que no valor do produtor rural que tira alimentos da terra.

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A desterritorialização do planeta já está em andamento, e sabe-se que está em meio à plena commoditização dos afetos quando cidades inteiras surgem do nada, apenas para dar vazão a um crescimento econômico desvairado. Estas cidades vazias de memória que as localize em uma ordem histórica além de uma ordem econômica, pululam no Mato Grosso e carregam em seu bojo as dores e prazeres do enriquecimento rápido. Contradições como a desigualdade, criando grandes massas desesperadas e suicidas ao lado de caminhonetes importadas e mansões, e poluição, onde os rios e as águas da torneira são envenenadas, mas supermercados abarrotados de produtos industrializados. Enquanto isso a vontade dos acionistas permanece, mantendo-se no controle do destinos de populações inteiras. E Cuiabá, neste ínterim, passa à margem do crescimento que abastece estas cidades-empresas; o Mercado têm interesses bem específicos, mas também é levado a se interessar naquilo que, aparentemente, é inabalável, como o valor de mercado da soja. A natureza como sublimação dos desejos e anseios metafísicos dos homens permanece afastada e cercada; o potencial eco-turístico do complexo de Chapada dos Guimarães e do interior do estado tão alardeado nos últimos anos depende sempre de algo mais para se realizar.

O presente projeto procura compreender através de análise bibliográfica da história, antropologia e geografia, os rumos que a globalização emergente está tomando e qual o papel do indivíduo e das instituições, informando assim a melhor forma de adaptar-se às mudanças, não de uma forma passiva como têm sido feita, mas com a atitude de quem quer conhecer as regras do jogo como um especialista com o único fim de subverte-las como um artista. Procurando compreender as diversas redes de significados possíveis que a arte e a tradição dos diversos povos ignorados pela globalização — indígenas, quilombolas e campesinos para ficar em uma paisagem natural e não-urbana, mas também estudantes e comunidades LGBT nas cidades — será possível vislumbrar que esta alternativa à ideologia de consumo já está posta; e que mesmo em meio à uma onda de estupidez, de ganância cega e imediatismo, é possível escavar técnicas, saberes e criatividades que se sobressaiam a atual crise instalada. Problematizando a mundialização da cultura e da cultura-popular internacional pode-se sobrepor uma modernidade que engloba todas as outras modernidades e que restaura o statu quo do homem como parte da natureza.

Foto de Francois Lenoir

A globalização é um movimento econômico que traz um livre trânsito maior de capital, mercadorias e indivíduos através das fronteiras dos países graças à sua maior interdependência econômica entre os governos — e é, entre outras causas, responsabilizada por uma era de avanços tecnológicos e culturais jamais vista antes. A riqueza total gerada no mundo foi tão grande que alguns fãs ardorosos do liberalismo e da globalização chegaram até a afirmar que a paz mundial é, entre outras coisas, possível graças à difusão do livre comércio entre países.. Outra dita grande vantagem da globalização é a minimização do papel controlador e centralizador do estado já que o polo de produção não se centraliza em nações mas em lugares do globo onde há vantagens competitivas.

Mas nem tudo são flores no “mundo plano” do capitalismo internacional (e mesmo as flores não parecem ter muito tempo pela frente com o declínio da população de abelhas). Aquilo que Milton Santos chamou de mistificação (fábula) do mundo para realização da ideologia neoliberal se mostra uma das maiores perversidades atuais, pois esconde uma lista interminável de realidades opressoras dos povos (SANTOS, 2000). As críticas à globalização costumam vir por três frentes diferentes: Econômica (a questão da desigualdade e da distribuição de renda), Humanitária (onde se levanta a questão da exploração de populações carentes em trabalhos precários) e Cultural (onde se levanta a questão do imperialismo cultural com influências do capital internacional e domínio das grandes corporações da indústria cultural).

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Nos países em desenvolvimento a situação é ainda mais delicada, considerando-se também a herança deixada pelos conquistadores e pelo colonialismo. Em referência a esta herança, e chamando assim a “humanidade” de um lado e a “sub-humanidade” do outro, diria Krenak:

“Os únicos núcleos que ainda consideram que precisam ficar agarrados nessa terra são aqueles que ficaram meio esquecidos pelas bordas do planeta, nas margens dos rios, nas beiras dos oceanos, na África, na Ásia ou na América Latina. São caiçaras, índios, quilombolas, aborígenes — a sub-humanidade”.

Desde que Edward Said (2003) em seu seminal “Orientalismo” apontou as incongruências das proposições, inclusive acadêmicas, sobre o Oriente onde “falar do Orientalismo, portanto, é falar principalmente (…) de um empreendimento cultural britânico e francês”, alguns estudiosos vieram a questionar se o mesmo plano de poder não se aplicou à ideia de latinidade e aos povos originários tropicais. Segundo BARBATO (2014) este é o caso e, tal como ocorreu ao longo do século XIX com a invenção do Oriente, a América Latina teve seu papel determinado e “marcado por uma natureza e por populações distintas e inferiorizadas, o que justificava (…) juízos de valor e práticas imperialistas”, primeiramente por parte da Europa Ocidental e depois dos Estados Unidos.

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Essa mundialização — um termo que serve a distinção feita entre aspectos da globalização como movimento econômico e globalização como homogeneização cultural (CASTRO, 2004) encontrada primeiramente em Ortiz, Renato (1994), é uma parte substancial de tudo que a sociedade contemporânea vive hoje: desde a coca-cola até as redes sociais, do Big Mac ao WhatsApp; essa dimensão do contemporâneo é enraizada na cultura de massa mas também em uma ideia de humanidade e de uma tecnicidade que lhe é própria, como um destino manifesto, e que foi implementada aos poucos ao longo de todo o século XIX e XX; é, portanto, o mundo das ideologias de consumo. Ideologia onipresente, pois vive-se na era em que usam-se satélites para comunicação instantânea, onde já não há mais uma terra incognita. É era da utopia digital da internet e internet das coisas; da descentralização da hospitalidade com aplicativos de hospedagem como o Airbnb e da horizontalidade das pautas, e onde existem espaços de discussão com moderação zero ou quase zero. Como os grupos virtuais com participantes que negam o Holocausto, mas também do grupo de moradores de um mesmo condomínio, da família ou de moradores próximos que pegam o mesmo ônibus. Os avanços tecnológicos têm colaborado também para alguns retrocessos sociais: perda de privacidade, manipulação de eleições e invasão dos dispositivos eletrônicos em todos os momentos da vida entre outras coisas; ainda assim as vantagens da era moderna já não parecem ser negociáveis: a tecnologia veio para ficar, o que se discute é seu uso. A falácia do índio que é menos índio porque possui smartphone é a mesma falácia dos “humanos” versus “sub-humanos” de que fala Krenak, pois têm subentendida a intolerância e a recusa de aceitar a tradição e cultura que é própria de um povo. Povo este que resiste há séculos à pilhagem gradual de tudo que lhe é intrinsecamente sagrado.

E nós criamos essa abstração de unidade, o homem como medida das coisas, e saímos por aí atropelando tudo, num convencimento geral até que todos aceitem que existe uma humanidade com a qual se identificam, agindo no mundo à nossa disposição, pegando o que a gente quiser. (…) Tem alguma coisa dessas camadas que é quase-humana: uma camada identificada por nós que está sumindo, que está sendo exterminada da interface de humanos muito-humanos. Os quase-humanos são milhares de pessoas que insistem em ficar fora dessa dança civilizada, da técnica, do controle do planeta. E por dançar uma coreografia estranha são tirados de cena, por epidemias, pobreza, fome, violência dirigida. KRENAK, Ailton. Ideias para adiar o fim do mundo . Companhia das Letras. Edição do Kindle.

Argumentar por uma nova globalização que não nega os avanços tecnológicos, mas os reencaminha pra uma nova direção é assumir que o paradigma civilizacional pode e deve ser reformulado, para o bem da própria civilização. E passa pelo investimento em culturas híbridas, assim como em novas tecnicidades amparadas por saberes tradicionais e etno-saberes. A definição mais comum para holismo pode ser relembrada aqui: a compreensão do todo integral dos fenômenos é diferente da compreensão meramente analítica destes mesmos fenômenos.

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Pensar a globalização e as suas possibilidades de emancipação dos povos passa tanto pela análise de seu aspecto econômico como pela sua perspectiva cultural (mundialização). Para melhor compreensão deste fenômeno, chamado também de Modernidade-Mundo (ORTIZ, 1994, P. 69), Ortiz vai apontar questões como imperialismo (p. 88), seja através da mídia, seja através da linguagem, assim como as novas relações de poder que se engendram ao poucos apesar da suposta transnacionalidade das corporações. Avaliando o cotidiano dos indivíduos que atravessam a paisagem globalizada, pois é no cotidiano e na convivência que se legitima a hegemonia cultural de um país ou de uma ideologia (p.104), ele apontará também como sintomático a desterritorialização dos lugares. A desterritorialização ocorreria no âmbito geográfico mas também no âmbito individual, refletindo na indistinção do indivíduo pela sua origem e distinguindo-os apenas por aquilo que consomem. Mais ainda, a desterritorialização seria um divisor de águas na emergência de um mundo-mundo (p.106), pois ela serve primeiro ao papel de esvaziar o espaço através de uma racionalidade e tecnicidade e depois o preenche de objetos mundializados, encarnando assim a abstração do mundo.

Aeroportos e lojas duty free, assim como alguns resorts e cidade turísticas, são exemplos de não-lugares, des-territórios tornados insípidos pela tecnicalidade e que não apresentam nenhuma rusga de cunho cultural que possa impressionar quem por ali passar. Aeroportos, mais precisamente, já são parte da cultura contemporânea e do imaginário popular, graças a meios como o cinema (The Terminal, com Tom Hanks, 2004, direção de Steven Spielberg) e literatura. Knausgård, pode servir de exemplo deste tipo de preenchimento do espaço esvaziado de que fala Ortiz quando descreve uma cena comum em um aeroporto da Noruega:

(…) Havia um voo para Stavanger às cinco horas, eu poderia pegá-lo tranquilamente. Mas também havia um voo às seis. Como eu adorava aeroportos, talvez ainda mais do que adorava táxis, optei por este último. Virei-me e observei os balcões de check-in. O movimento não era grande, afora nos três balcões ao fundo, onde a fila parecia interminável e caótica, pelas roupas dos passageiros, que sem exceção eram leves, pela quantidade de bagagem, que era imensa, e pelo humor reinante, que era bom como costuma ficar depois de algumas doses, concluí que se tratava de um voo charter para o sul. KNAUSGÅRD, Karl Ove. A morte do pai (Minha luta) . Companhia das Letras, 2014.

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Não-lugares, como fenômenos de uma globalização emergente, são frequentemente associados ao sucesso do capitalismo, embora seu apelo esteja muito mais provavelmente na ideia de um homem universal independente de laços como nacionalidade, e que se distingue apenas pela sua marca pessoal e intransferível. É a consagração do que chama-se cultura-internacional popular (ORTIZ, P. 105) e que tem como base a própria ideologia de consumo. E o processo de uma construção de memória mundial que ampara esta constelação de signos já está em andamento, a despeito dos riscos a médio prazo que esta mesma cultura corre com as mudanças climáticas e crises capitalistas.

Espera-se que a marca de 9 bilhões de pessoas seja alcançadas em cerca de 30 anos. Sete bilhões apenas já é um número extremamente alto e de difícil concepção, mesmo que abstratamente, um dos motivos prováveis pelo qual Big Data como ferramenta estatística para gerenciar populações pode ser inevitável no futuro próximo. Big data é como é chamada uma ferramenta computacional que usa de grandes bases de dados para inferir tendências em populações de indivíduos — com grandes chances de acerto, como vêm demonstrando o valor de mercado de empresas como a Amazon do bilionário Jeff Beezos, que usa desta ferramenta para oferecer produtos sob medida para o gosto do consumidor e em tempo recorde. A mesma ferramenta é usada por empresas de cartão de crédito que conseguem decidir assim se podem ou não confiar na exequibilidade das dívidas de determinado cliente ou não.

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Thomas Malthus já em 1805 alertava para os perigos de não conseguirmos alimentar a população cada vez maior. Seus apelos provaram-se equivocados até agora, porém, se foi possível contornar os limites de produção de alimentos, não se pode dizer o mesmo para a distribuição destes, e nem para os demais problemas gerados pelo aumento acelerado da população. É possível dizer que as mazelas sociais e ambientais da humanidade enfrentadas hoje podem e irão se tornar muito piores com o passar do tempo por causa deste aumento, ao mesmo tempo que o capitalismo se mantém como única alternativa econômica. Mas o planeta tal como conhecemos já dá mostras de não resistir se mantido o ritmo de consumo, queima de combustíveis fósseis e infestação dos oceanos; de fato, o império do dinheiro e da commoditização significa nada menos que o fim do mundo na atual conjuntura. No Equador, em 2008 foi feita uma tentativa de incluir o direitos das florestas e dos rios na constituição, que se não encontrou respaldo na práxis cotidiana, foi ainda uma inovação, dir-se-ia até uma disrupção. O que este projeto quer investigar é qual a inovação no campo da arte e da cultura que poderia ser a fratura (significado de latim disruptìo,ónis, segundo o HOUAISS) suficiente para aliviar as minorias da opressão neoliberal.

E ainda que sejam as mesmas mazelas de hoje, como melhorar a distribuição de alimentos e diminuir a desigualdade, além de melhorar o acesso à moradia, ao saneamento básico e ainda oferecer educação e emprego para todo mundo, tais problemas, que já são os maiores problemas contemporâneos, certamente serão em uma escala maior do que já enfrentam-se hoje; e nada garante que novos problemas sociais ainda não previstos surjam, como os causados pelo aumento dos níveis do mar e diminuição de terra habitável e arável; migração em massa; aumento de disseminação de doenças decorrente da superpopulação de centros urbanos; desenvolvimento de tecnologias cada vez mais invasivas; diminuição de empregos e criação de empregos altamente especializados; além de problemas como explosão de xenofobia e racismo ambiental.

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Estas questões no entanto não são insuperáveis, mas pedem por uma nova abordagem. O mundo, tal como está posto, exige que hajam abordagens capitalistas para seu gerenciamento. É preciso esclarecer os mecanismos ocultos pelo qual o capitalismo opera — afinal, o capitalismo não quer que se pense nele. Uma vez que o véu esteja rasgado, as alternativas para uma transição pós-capitalista seriam oferecidas, ou melhor, se fariam inevitáveis. Além disso, este projeto de pesquisa buscará apontar, fazer relações e construir pontes para as alternativas possíveis e existentes — modos de vida, de compreensão, de cultura, de arte e até mesmo uma nova concepção de ser humano.

A hora não poderia ser mais propícia. Recentemente a Universidade Federal do Mato Grosso passou por uma campanha de empreendedorismo sem precedentes. Conjecturou-se mesmo implantar disciplinas de empreendedorismo nos cursos com fins de promoção da competição capitalista e melhor preparo para o mercado de trabalho, muitas vezes sem a consciência de que o mercado de trabalho ele mesmo está mudando muito rapidamente. Não apenas a democracia se encontra ameaçada pelos interesses de empresas e indivíduos em busca de lucro, as universidades do país inteiro passam por uma pressão do ministério da educação por maior enxugamento de gastos e produtividade. Uma campanha de difamação e Fake News parte dos próprios políticos que em teoria deveriam proteger e zelar pela instituição; as raízes desta intolerância se encontram não apenas na política mas na importação de ideologias neofascistas como as do ideólogo Olavo de Carvalho, e se estendem até ao Presidente.

Enquanto isso, proliferam exemplos reais de empreendedorismo com benefícios sociais, como a grande produção de orgânicos promovida pelo MST. No outro polo, cientistas já afirmam que a Amazônia equivale em inovação biológica na bioeconomia o que o Vale do Silício nos Estados Unidos vale hoje para a tecnologia. Quilombolas e Indígenas, cada um a seu lado, mantém as maiores reservas intocadas de terra; em comum ambos são rincões de Humanidade inexplorada, com seus próprios conjuntos de significados, artes e saberes, e os cientistas do mundo todo são unânimes em afirmar que aquelas terras valem mais como estão. A cultura capitalista desenterrou as riquezas potenciais do mundo, e gerou grandes somas de riqueza em um mundo com uma população cada vez maior, mas, à luz das mudanças climáticas, somente uma cultura de integração entre o homem e a terra, e entre o passado e o futuro, pode impedir que este mesmo mundo entre em colapso.


Imagens obtidas no Reddit.com: aqui, ali, e acolá. Texto original com notas de rodapé e bibliografia (mas sem imagens) aqui.

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