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O teatro do absurdo, como foi chamado o movimento iniciado por Beckett e outros após o término da Segunda Guerra Mundial, procurava entender a loucura daqueles tempos, não apenas o conflito armado, mas antes, o que o homem buscava e por que ele se estagnara e qual o verdadeiro significado da existência. Sua dupla de mendigos filósofos são para mim mais reais que a própria vida; não à tôa “à espera de godot” se tornou uma expressão conhecida no mundo todo para afirmar aquele sentimento existencial tão comum à todos nós, quando não sabemos para onde estamos indo, ou para onde queremos chegar e estamos, simplesmente, existindo. Não obstante, Beckett insere muitas referências diretas ao cristianismo em suas falas.

Esq: Fred Harlow (Pozzo); Dir: Don Loper (Lucky) fonte: http://www.finehomesandliving.comundefinedundefined

Eu conheci o autor mais propriamente quando achei um projeto que fizeram as peças dele filmes, o Beckett on film. Está no youtube (e aqui em ao lado, incorporado), em inglês sem legendas.

Somos um projeto em contínua construção, somos uma ponte sobre o abismo. Nossa recompensa, se existe alguma, está na medida em que aprendemos a nos conhecer a si mesmos. Não existe fórmula, não existe caminho. A cada um é dada uma chave e uma porta. Se entramos por ela ou não, é decisão unicamente pessoal.

Mas meu ponto é apenas um: porquê ler (ou assistir) Beckett, afinal? Leia porque as questões são as mais relevantes que existem: o que é o homem, qual o seu destino, o que ele pode realmente? Qual sua condição nesta vida? Beckett não responde estas perguntas, mas as torna incontornáveis. Senão por isso, leia por que é Beckett.

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